Mercado de Influenciadores Digitais: Pulverização e Influência Política em Debate no Festival 3i
Dados preliminares de uma pesquisa apresentada no Festival 3i, no Rio de Janeiro, revelaram a pulverização do mercado de influenciadores digitais, com 72,6% dos 701 perfis mencionados no Brasil sendo citados apenas uma vez. O estudo, que abrangeu também outros países da América Latina, busca entender a influência desses perfis na construção de opiniões e atitudes políticas dos jovens nas redes sociais.
Virgínia Fonseca lidera ranking no Brasil
No Brasil, Virgínia Fonseca lidera o ranking dos influenciadores mais citados, seguida por Carlinhos Maia e Rayssa Buq. O mercado global de influenciadores está em expansão, com previsão de movimentar US$ 480 bilhões até 2027. A pesquisa destaca a importância dos influenciadores locais, que constroem relações mais próximas com seus seguidores.
Motivações e desafios dos influenciadores
Os jovens seguem influenciadores por suas atitudes coerentes e especialidade no conteúdo, mas deixam de acompanhá-los por discordância de pensamento e excesso de marketing. A realização de obras sociais e sorteios são vistas positivamente, assim como a publicidade, desde que não haja quebra de expectativas com produtos caros ou de má qualidade.
Influência política e racismo nas redes
A pesquisa também abordou a influência política dos influenciadores, com destaque para o alinhamento com líderes de extrema-direita e o papel de assessores digitais em campanhas políticas. No Brasil, mais da metade dos entrevistados segue influenciadores que se posicionam politicamente, mas 40% preferem discutir política pessoalmente.
Outro estudo apresentado no festival monitorou manifestações de racismo contra personalidades negras nas redes sociais, identificando estratégias como desumanização, desqualificação, invisibilização e desinformação. O aumento dos ataques quando as postagens “furam a bolha” e as táticas para driblar a moderação de conteúdo também foram observados.
Jornalismo x Fofoca
Os resultados da pesquisa também revelaram a competição por audiência entre veículos jornalísticos e canais de fofoca, com perfis como G1, Choquei, UOL e Hugo Gloss sendo amplamente reconhecidos pelos jovens.
Em suma, o Festival 3i trouxe à tona discussões relevantes sobre o mercado de influenciadores digitais, sua influência política e o combate ao racismo nas redes sociais, além de destacar a importância do jornalismo independente e a necessidade de repensar a moderação de conteúdo.
Fonte: Agência Brasil
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